Formação geológica em Marte é quase 10 vezes mais longa que o Grand Canyon e três vezes mais profunda. Mas como foi formada?
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA, fez novas imagens incríveis da superfície marciana com a câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE), que revelam detalhes do abismo sobre a superfície do planeta vermelho. Trata-se do sistema de cânions de Valles Marineris, uma região que conta com formações profundas e vastas que se estendem por mais de 4.000Km.
Esse corte no leito rochoso de Marte é quase 10 vezes mais longo que o Grand Canyon e três vezes mais profundo, abrangendo quase 25% da circunferência de Marte. Tal característica o torna o maior cânion do sistema solar e, de acordo com pesquisas em andamento da Universidade do Arizona, em Tucson, um dos mais intrigantes.

Na verdade, a formação vem sendo fotografada de perto pela MRO desde 2006. Assim, com a altíssima resolução da câmera HiRISE, os cientistas da Universidade do Arizona conseguiram ver, com grandes detalhes, as formações misteriosas que compõem Valles Marineris. Entretanto, o maior mistério aqui está em suas origens, que ainda não estão claras para os cientistas.
Ao contrário do Grand Canyon, é provável que o Valles Marineris não tenha se formado pela ação de fluxos de água durante bilhões de anos, já que o Planeta Vermelho é quente e seco demais para poder ter comportado um rio grande o suficiente correndo pela crosta e esculpindo-a desta forma. Por outro lado, pesquisadores da Agência Espacial Europeia (ESA) já apontaram que há evidências de que a ação de água corrente antiga aprofundou alguns dos canais do cânion, de modo que sua formação estaria bastante relacionada a vulcões próximos dali.
É provável que a maior parte dele tenha se aberto bilhões de anos antes em função desses vulcões: segundo informações da ESA, esse grupo de vulcões que forma a região de Tharsis estava, inicialmente, se projetando para fora do solo marciano. Conforme o magma fluía em bolhas abaixo dos vulcões, a crosta do planeta poderia ter se rachado e sofrido colapso. Além disso, outras evidências sugerem que formações geológicas, fluxos de lava e rios antigos também ajudaram em sua erosão por muitos anos.
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